segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Deus é Fiel

A Igreja Ação Evangélica Patos iniciou seus trabalhos na antiga "Rua do Mosquito" na região da Rua da Baixa no centro de Patos em 1948. Em seguida mudou-se para a Rua do Prado de onde nunca mais saiu. Inicialmente se reunia este pequeno grupo de Cristãos evangélicos em prédios alugados, mas no início da década de 1950 compraram um terreno na esquina da Rua Dom Pedro II com o plano de construir uma igreja para o número crescente de membros.


Minha esposa Betinha nasceu (foto acima) nesta mesma Rua do Prado em 1949 e como filha do Pr. Frank Dyer e Missionária Ivy desta igreja, ela foi literalmente desmamada já ativa e entusiasmada pelo trabalho de Deus. Betinha, desde cedo, adquiriu a língua materna portuguesa com total naturalidade e falava melhor de que os pais. A mãe, Irmã Ivy, não gozava de boa saúde e tinha outros filhos para cuidar que impossibilitava muita participação na igreja. Entretanto, Betinha ia para todo lugar com o pai e em muitas viagens evangelísticas de sertão a dentro. 

Assim em 1954, aos cinco anos de idade, Betinha foi com o pai para orar no terreno do Prado e se juntou aos irmãos da igreja numa roda para pedir duas coisas. Primeiramente, que o empecilho do preconceito que impedia a construção de uma igreja evangélica no terreno fosse removido. Em segundo lugar pediam que Deus tocasse nos corações de pessoas para lhes ajudar financeiramente para uma eventual construção. O tempo foi passando e Betinha já era adolescente quando a Ação Evangélica Patos pudesse começar a construção.

Todos os irmãos ajudaram na obra. Ninguém ficou de fora. A tarefa de Betinha era levar tijolos de um lugar para outro para o pedreiro! Em 1963 a Igreja foi inaugurada (foto abaixo) para a glória de Deus pelos pastores Eduardo Mundy e Frank Dyer e Betinha estava lá, é claro.


Assim quando nos últimos anos a igreja, com meio século de idade, começava a apresentar problemas de goteiras, salitre etc. se começou a sonhar na reforma da igreja para garantir segurança, conforto e um ambiente mais agradável para a pregação da Palavra de Deus e campanhas de angariar recursos foram iniciadas. Assim em maio de 2014 eu e Betinha discutimos com a liderança da igreja se já dava para começar a reforma, mas eu estava doente e ficamos na dúvida. Sabíamos que tínhamos uma obra grande pela frente: telhado novo, teto novo, nova instalação elétrica, climatizar, novo som e melhor acústica etc. Portanto sabíamos que tínhamos que começar em maio para dar tempo para terminar antes do novo período chuvoso no início de 2015. Aí Betinha disse para mim: "Você está doente, mas se você concordar eu topo enfrentar a obra"! Concordei e o trabalho começou.

Nestes sete meses eu nunca vi alguém tão dedicada como Betinha e tão focada para que no Natal a gente estivesse de volta à Igreja. Muitas vezes sem recursos conseguimos realizar malabarismos e também frequentemente pessoas apareciam com contribuições surpresas. Vimos a mão de Deus em tudo. Tivemos a felicidade de escolher a arquiteta Renata Nóbrega para elaborar e conduzir o projeto com Betinha - e esta dupla funcionou muito bem. O Irmão Ranieri da Hanna também foi um anjo de Deus que nos ajudou muito e por indicação da arquiteta Renata ficamos muito felizes com os serviços da Revest & Art, de Campina Grande, para os trabalhos acústicos e de climatização. Assim Betinha e Renata juntaram uma equipe excelente com o mestre de obras Ramalhinho, Engenheiro electricísta Luydi, Nildo na pintura, Clemente Jr. e Carlonso no som, Bal na projeção visual, Luciano na restauração do batistério e Orlando na jardinagem.


Assim desde ontem, não me esquecendo de todo pessoal voluntário da ACEV e agradecendo ao Guedes Shopping por ter nos acolhido neste período sem igreja, finalmente estamos de volta em casa - na Casa de Deus! Foi uma festa linda de reabertura com a pregadora Missionária Gleydice Santos de Campina Grande e o Ministério de Louvor da igreja com uma qualidade de som impecável. Louvamos a Deus por tudo.

E Betinha me disse esta semana: "Estou me lembrando da oração no terreno justamente 60 anos atrás. Como Deus e fiel"!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Ampliação da Reserva Verdes Pastos

Minha empolgação com a preservação e defesa da caatinga é cada vez maior e quando encontro excelentes professores da Universidade Federal dispostos a colaborar comigo fico mais animado ainda. Assim decidi ampliar a área da nossa Reserva Ecológica Verdes Pastos, São Mamede (PB) e já estamos no processo de cercar uma área maior. Agora a Reserva Ecológica, onde não entra animal doméstico, tipo vaca ou bode, vai ficar muito maior e 100% dedicado a ficar do jeito que a natureza quer. Se uma árvore morre e cai, assim ela fica... os arbustos, trepadeiras e flores silvestres tem toda chance de desenvolver debaixo das árvores... e assim vai. 

Vamos plantar neste inverno pelo menos 3 mil mudas de árvores nativas na nossa Reserva Ecológica, apoiado pela Profa. Dra. Carminha Learth Cunha e ainda realizar uma pesquisa sobre as espécies existentes da nossa Reserva Legal com o Prof. Dr. Lúcio Coutinho Araújo. O nosso projeto vai de vento em popa e com o aumento da área a nossa Reserva, que já era dois terços da área total da propriedade, vai ficar no mínimo em três quartos - mas vamos aguardar a medição com GPS daqui a umas semanas para saber como exatamente tudo ficou. O mapa dos Verdes Pastos agora vai mudar mais uma vez. Inclusive vamos medir o comprimento das trilhas para a informação de todos. 

Hoje andei no Riacho do Papagaio seco que atravessa os Verdes Pastos de norte ao sul. O objetivo era de contar duas espécies de árvores nativas existentes nas nossas matas ciliares. Foi ótimo confirmar 92 árvores Muquêm (Albizia inundata):


E contamos 150 árvores Jaramataia (Vitex gardneriana):


Foi interessante encontrar nesta caminhada hoje um enxame de alguma espécie de abelha sem ferrão que Tarcísio chama de "Moça-branca", mas não sei se esta é a espécie certa. O enxame estava no oco de uma árvore Coaçu (Triplaris surinamensis):


As abelhas sem ferrão entravam e saiam do oco em baixo da árvore e saiam bem em cima da árvore também. Será que alguém podia me ajudar a identificar a espécie? Eu gostaria de incentivar a criação de abelhas sem ferrão na Reserva que é um desejo meu há muitos anos. 


Assim foi a minha caminhada no riacho seco do Papagaio na nossa Reserva Ecológica em São Mamede (PB) nesta manhã. Muitas pessoas dizem: "Ah, está tudo seco e feio", mas não percebem que na realidade está cheio de vida com os ecossistemas de sobrevivência funcionado muito bem, que só cego não vê! Eu vi a ave Bico de Osso (Procacicus solitarius) começando a fazer ninho. Que maravilha que as chuvas se aproximam e a natureza percebe isso e se prepara para fazer festa!